sábado, julho 30, 2005

Abono de Mente

Ao largo da minha tristeza
Abandono os ímpares soluços
De minh'alma de incerteza,
Fraca de viver e de impulsos,

Deixo ao relento a ventania,
Natural à minha condição,
Que sopra e sem acalmia
Me impele contra a deserção.

E a desolação vive a minha vida
Sentada no pensar, aquecendo lugar
A talvez uma paz conseguida
Que passo toda a tempestade a desejar

E o sopro forte dos tufões
Imaginários do dissabor,
Expulsa-me da mente as ilusões
De amar sem nunca ter temor,

Temor que é fruto do amor, são simbióticos.

No teu reinado, Oh Vento!
Leva-me tudo e se puderes a mim,
Por favor devolve-me meu advento
E se puderes fica-me com o fim.

Peço que Ouças as vozes que gritam na lama da memória e leva-as contigo também, Oh Vento!

sexta-feira, julho 29, 2005

(to) know

Hey! Don't you want to know
The secrets that lies below
The surface of your skin,
That rapes all your within?

Hey! Won't You going to tell
The reasons for that hell
That you say you're living?
Which terrors break your ceiling?

You better get to know yourself
Before the secrets fall from the shelf
Of your soul, above your today,
Shattering your mind everyday.

Relieve your anguish with me
And I promiss you'll see
That the panic of your hell does not
Stand alone, for I feel the same thought.

When you do not know what to do,
Call me, I wil come running through
Deserts of Love where only pain is seeing,
Just to heal your suffering.

terça-feira, julho 26, 2005

Cantiga do Pastor

Um sorriso pervertido
Cai-me dos lábios
Louco e exaurido
De presumidos sábios

Esvai-se-me a vontade
Por entre os dentes
Cerrados na veleidade
Dos que se dizem sapientes

Tanto conhecimento
E tão pouca acção
Deveras lamento
Um País em negação

Um País que diz que sabe
E que jura a pés juntos
Esperar que a corrupção acabe
Mas esperar não resolve assuntos

Em que errámos D.Afonso Henriques?
Que linha saltámos, Grande Camões?
Tanta grandeza resumida a caciques,
De uma pobre aldeia só que sem opressões.

Que Oceano nos falta Senhor Vasco da Gama?
Onde morreu nosso Quinto Império, OH! Pessoa?
Parece que morremos aos braços da fama,
Não temos agricultores para tratar da vinha boa...

Que somos nós, a vinha a beira-mar plantada,
Que será do sumo sem vitivinicultor?
Que terra tão mal desperdiçada,
Nas mãos de um advogado, economista ou doutor!

Portugueses! Portugueses! Já descobrimos Brasil,
Angola, Timor, Moçambique, Guiné, São Tomé,
Já desbravámos todos o oceanos e até com ardil,
Mas e Portugal, alguém sabe onde é?

" Falta cumprir-se Portugal,
Esta Ocidental Praia Lusitana "

domingo, julho 10, 2005

Deixei de pintar

Deixei de colorir
A tela que tanto presava,
Iludi-me a sentir
Que dela precisava
Para sentir o viver,
Para viver o prazer.

Abandonei os vasos
Largando-os ainda em branco,
Fugi de seus braços,
Desgostoso e pouco franco
Para comigo próprio,
Farto e nada sóbrio.

Deixei-me embriagar
Pela sede de sentimentos
E vontade de momentos.
O que estou a pintar?
Fui-me embora de mim,
Ou apenas daquilo que é de mim?

Abandonei-me em tantas ocasiões!
Colorindo telas que não eram minhas,
Engendrando personificações,
Quando no fundo estas linhas
Do jardim que antes queria colorir,
Nunca sequer me deixaram partir.

A tela e os desenhos são meus,
As côres e os instrumentos
Foram-nos dados por Deus,
E se desenhar lamentos,
Lamentar-me-ei.
Para quê borrar a pintura
Quando a felicidade também dura,
Ela existe, e eu sei.
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