Numa noite
I
Numa noite ou dia escuro,
Numa saudade ou fantasia,
Num presente ou futuro,
Ou numa triste sinfonia,
Deixam que o tempo morra
Às mãos da vingança
E que o sangue escorra,
Na vadia intemperança.
Combatem por se sentirem fortes,
Porque dizem ser os escolhidos
E constroem glória com mortes.
Avançam por se julgarem certos
E pelos superiores convencidos
Que só eles são os expertos,
II
Expertos em aterrorizar,
Mas desconhecendo o inimigo,
Expertos em retaliar,
Sem saber atribuir um abrigo
Para as fomes e doenças,
Que se alastram na pobreza,
Procurando desavenças
Sem ter bem a certeza
Da razão pelas quais combatem.
É um clima de desinformação
Em que as incertezas se debatem,
Num solo considerado sagrado
Em que as batalhas da irritação,
Destroem o que lhes é alado.
III
"E os povos combatem entre si, almejando glória ou paz, dizem eles, pois vos garanto que neste momento estão os vossos líderes agarrados a um belo refrigerante, geladinho, encostados na poltrona bordada em ouro, fazendo zapping, parando apenas para ouvir o relato de mais uma morte das vossas, suficiente para que se levantem, se virem para outro lado e digam, "bolas! menos dinheiro!". Acordem povos, ACORDEM!"
Numa noite ou dia escuro,
Numa saudade ou fantasia,
Num presente ou futuro,
Ou numa triste sinfonia,
Deixam que o tempo morra
Às mãos da vingança
E que o sangue escorra,
Na vadia intemperança.
Combatem por se sentirem fortes,
Porque dizem ser os escolhidos
E constroem glória com mortes.
Avançam por se julgarem certos
E pelos superiores convencidos
Que só eles são os expertos,
II
Expertos em aterrorizar,
Mas desconhecendo o inimigo,
Expertos em retaliar,
Sem saber atribuir um abrigo
Para as fomes e doenças,
Que se alastram na pobreza,
Procurando desavenças
Sem ter bem a certeza
Da razão pelas quais combatem.
É um clima de desinformação
Em que as incertezas se debatem,
Num solo considerado sagrado
Em que as batalhas da irritação,
Destroem o que lhes é alado.
III
"E os povos combatem entre si, almejando glória ou paz, dizem eles, pois vos garanto que neste momento estão os vossos líderes agarrados a um belo refrigerante, geladinho, encostados na poltrona bordada em ouro, fazendo zapping, parando apenas para ouvir o relato de mais uma morte das vossas, suficiente para que se levantem, se virem para outro lado e digam, "bolas! menos dinheiro!". Acordem povos, ACORDEM!"