Risca o sorriso
I
A passadeira negra faleceu
E os pedaços de sabor amargo,
A vontade de doença irrompeu,
A tristeza assumiu o encargo.
Roubaram tempos ao momento,
Adocicaram a boca da loucura
E ela mostrou-se ao lamento,
Mostrou-se pronta e impura
Como sempre e negra e dolorosa,
Estendeu-se nessa passadeira
De sentidos, mas nunca culposa,
A culpa só a mim me pertence,
Que a deixo desfilar ligeira
Nesse manto que me vence.
II
Nesse manto negro e pálido
Que pranteia desilusões
E que em mim procura, ávido,
Sentimentos e sensações.
Pobre manto e loucura sem culpa
Que ocupais o corpo mortal
Esse fatídico ser sem desculpa
Que por vezes cai no fatal,
Mas vá que ignorem e prossigam,
Vá que este espírito abandonem,
Vá! É cedo, pode ser que consigam.
O negro pano ilustre falecerá
E que nele, então, se aprisionem
Estes vazios que trago cá!
" Como é possível que, por vezes, um vazio pese, castigue e doa mais que um concreto? "
A passadeira negra faleceu
E os pedaços de sabor amargo,
A vontade de doença irrompeu,
A tristeza assumiu o encargo.
Roubaram tempos ao momento,
Adocicaram a boca da loucura
E ela mostrou-se ao lamento,
Mostrou-se pronta e impura
Como sempre e negra e dolorosa,
Estendeu-se nessa passadeira
De sentidos, mas nunca culposa,
A culpa só a mim me pertence,
Que a deixo desfilar ligeira
Nesse manto que me vence.
II
Nesse manto negro e pálido
Que pranteia desilusões
E que em mim procura, ávido,
Sentimentos e sensações.
Pobre manto e loucura sem culpa
Que ocupais o corpo mortal
Esse fatídico ser sem desculpa
Que por vezes cai no fatal,
Mas vá que ignorem e prossigam,
Vá que este espírito abandonem,
Vá! É cedo, pode ser que consigam.
O negro pano ilustre falecerá
E que nele, então, se aprisionem
Estes vazios que trago cá!
" Como é possível que, por vezes, um vazio pese, castigue e doa mais que um concreto? "