terça-feira, novembro 15, 2005

Uivo

Ao cair do pano diurno
E depois de ressalvas
Ao meu ser taciturno
Assento-me em almas calvas

Calvas de sentir e querer
Calvas de mim e do que sou

Observo redundantemente a lua
Que vai caindo, escorregando,
Desamparada, sobre minha rua
E as almas vão se soltando.

Soltando-se do que quero ser,
Soltando-se pois a mente soprou.

Tropeço na parca alegria
Entrego-me ao chão escuro
Das impurezas de meu dia
E nas almas o procuro.

As almas solitárias que crio
As almas fantasiadas que imagino

Deixo a angústia passar
Espero pois quero vê-la
Escrita em qualquer estrela
Fugir e para sempre lá ficar

E grito alto um forte assobio
E grito o meu ser até ficar sem tino.

(baixinho, muito baixinho, para não correr o risco de alguém me ouvir ....)
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