segunda-feira, maio 30, 2005

Inutilidade

Queimo as paredes com o ódio que sinto, rebento aves que se cruzam no meu caminho, com o desespero que respiro, a cada passo meu. Enfrento o dia com o mesmo desejo de vitória, de sempre, mas encaro-o com o mesmo odor a derrota de sempre. Porém avanço e nem ligo à inquina brisa que alimenta meus pulmões, como se de apenas uma mera rajada de vento se tratasse, quando significa mais de mil tempestades encerradas num só cérebro, numa só mente, num só corpo.
Eu sei que já nem devo ser o mesmo de sempre, sempre, sempre sempre, sempres que me asfixiam, me encerram, me aniquilam me esmagam contra o momento e contra aquilo que penso e faço, sempres que ardem dentro de mim e que não quero, por nada deste mundo, sempres de derrotas, de maus-feitios, de niilismos, de anoréticos desejos e seus parcos suprimentos.
Não escrevo porque me apetece, nem porque quero, escrevo porque vivo aqui nestas palavras, morro quando delas saio e nem consigo respirar se não as vir. Por isso é que interajo, negativamente, com as paredes, com as aves e com todo o resto da sociedade, pois nunca me consegui libertar do caos que estou a viver, Mas... AMÉN Vida, inutilidades sempre fizeram parte destes textos.
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