quarta-feira, maio 11, 2005

AMÉN, SONHO

O sonho
É uma noite térrea
Que escondo debaixo dos braços,
É um linha férrea
Que sonego em meus regaços,
É Vida.

O sonho
É um anelo de um homem
desesperado
Em busca do seu bem
E de ser amado,
É desejo.

O sonho
É a escuridão morta
À espera de ser revelada,
Ou uma claridade acordada
Que em mim se corta,
É recreio.

O sonho
Que é chuva e vento,
Dia, sol e advento,
Chegada, partida e sorte
Incerteza, imprecisão ou morte
É também vida.

O sonho
Que se exprime, revolta
Que se arrepende e depois volta,
Que avança estratégias
Para destruir teorias régias,
É par e ímpar.

É futuro, presente e passado
É certeza, constante e invento
É um ser que vive ameaçado
Pelas cortinas flagelantes do momento,
Sabedoria, regorgitações de alma,
Experiências e instantes de calma,
Necessidades reais ou imaginárias,
É frio da Sibéria ou calor das Canárias.

Mas respira como nós,
Tacteia com as nossas mãos,
Fala, com a nossa voz
Vagueia num mar de nãos
Com as pernas que lhe dermos
E, por caminhos enfermos,
Ressuscita todos os dias
Com força que todos temos,
Como um universo de crias
Que são os objectivos que queremos.

AMÉN, SONHO
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