segunda-feira, maio 23, 2005

Desilusão

Mar que respiras, por entre guelras de vida,
Mar que aspiras alcançar uma paz conseguida.
Como uma praga de sentimentos,
Inalas a dor de mil lamentos,
Libertas solidão agonizante,
Esqueces o que está adiante.

Mar que amenizas, uma amarga alma inquieta,
Mar que a avisas que caos tua maré liberta
No pranto dos que te observam,
E na tristeza que conservam
No interior de olhos exauridos,
Enxugados, mortos, repetidos....

Mar que adormeces salgados desesperos ocultos
Mar que os arrefeces, tornando-os só vultos.
Vultos de um outrora desenlaçado
E dotado de um pânico cansado,
Não os levarás só com as ondas,
São presos a diques que nem sondas.

Mar que desiludes, ao longo do horizonte,
Mar que saúdes toda a tristeza aí em fronte.
Acredita que no teu imenso,
Sentimentos de grau intenso,
Desfalacem à medida que te balanças
E nem sentes a dor de tais mudanças.

Calmo, frio, doce e moribundo
Enorme, inconstante mas sereno,
Mar! Encerras o maior veneno,
Que prende o Homem ao Mundo,
Esse enorme enigma infinito
Que guardas num leito finito.
Onde acabas?!
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