quinta-feira, maio 11, 2006

Complexo

A ti,
Dedico-te aos últimos momentos da natureza,
Aos impassos decadentes da inexistência,
Ao lado negro, mais vazio e cruel da tristeza
E aos instantes mais impotentes da certeza.

A ti,
A ti dedico-te ao nada e às influências perdidas em ti,
Aos esforçados sorrisos sem lábios e pálidos,
Aos aberrantes laivos de insensatez e confessa destreza amorfa
E ao tropeçar de uma lâmpada apagada e sem cera...

Ah a ti,
A ti e a mais alguém que como tu sabe e é,
A "tis", dedico-vos uma imortal veleidade,
Prolongo-a nos anais da memória
E deixo-vos com ela para que não mais minha mente povoem.

A ti dedico-te os determinantes possessivos,
Os advérbios de negação e de dúvida,
Os adjectivos macacos e complexos
Que só a tua mente complexa complexada
Sabe complexar numa qualquer relação humana.

Por fim, dedico-te a minha arte trágica
Pois ao menos isso tiveste o engenho de conquistar.
Poemas a rimar ou não, isso deixo para outro dia,
Já que não são os minutos com a primeira pessoa do Indicativo
Que te fazem pintares nele o teu infinitivo.

2 Comments:

Blogger sofyatzi said...

Gostei muito deste "a ti".
Voltarei mais vezes ;)

5:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
»

5:13 da tarde  

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