terça-feira, dezembro 20, 2005

Faz-me chorar!

Solta uma dessas gargalhadas,
Envolve-a, bem, na tua alegria,
Uma das que são eternizadas
Por essa fabulosa sinfonia
De ser que, espontaneamente,
Dispersas por toda a gente.

Julga-me teu, pois já o sou,
E faz a gargalhada acompanhar-me,
E eu juro que só a ti me dou
Pois só tu podes confortar-me
Com esse olhar dilacerante,
Com o que me atinges, confiante.

Solta uma dessas tuas lágrimas,
Dessas que nos morrem no rosto
E que irrompem como lâminas,
Para além do que lhes é imposto,
Visto que renascem no coração
E para lá vivem nunca em solidão.

Não, não me ames, não é preciso,
Não, nem me comuniques tua presença,
Nem tão pouco me venhas dar o aviso,
De que não deves ser minha crença,
Fica para sempre aí, distante
Guardada num qualquer instante.

É verdade! Eu pensei que te amava,
Mas não, eu sangro-te e respiro-te,
Eu sofria quando não te encontrava,
Mas sorvo um pouco de ar, inspiro-te,
E quando expiro tudo se revela evidente,
Se te amo tanto, então quero-te contente.

Se não o consegues comigo,
Então força, faz-me chorar,
Estas lágrimas de amigo,
Não preciso de as guardar
Dou-as ao meu coração ....

Onde te guardo para futura contemplação

" Se no coração renascem as lágrimas, na alma renasces tu, por cada lágrima retida no coração, por nunca te ter aconchegado nos braços que se elevam ao peito, para te apertar, para toda a eternidade que resistires, em mim .................... "
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