domingo, agosto 07, 2005

Simples

Tudo aberto como na floresta
Animais, plantas e água
Livres de mágua
E dor manifesta
Só vida, só vida,
Nem medos, só vida...

Como o pairar da gaivota
Sobre o mar ou terra,
Planalto ou serra,
Aos sentidos devota,
Apenas a fome,
Só fome, vida...

Porquê que complico tanto o momento?
E me desenvolvo,
Me retiro e devolvo,
A um ser que lamento.
Tanto pensar
Tanta rima, só quero vida...

Não respiro complexidades nem rimas!
Simplesmente ar
Que enche o balão do sonhar,
Balão não me suprimas!
O sonho retira simplicidade
E eu que só queria vida...

Perdi-me num labirinto de textos,
Grito sem me ouvirem,
Crio caminhos sem pedirem,
Não sei, o poema arranja os pretextos
E Eu apenas os apresento,

Quero deitar fora o Labirinto
E fugir do que sinto
Numa mota de simplicidade,
Mas por mais que acelere
Nem sequer saio da cidade.
Mas o simples pede que a velocidade modere,
Não vou nem acelerar nem travar,
Deus sabe que vou apenas andar...

Obrigado Natureza, pela simplicidade de ti, do oxigénio e de tua água, também pelo sangue que me deste, desculpa se o complico.
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