sábado, agosto 06, 2005

Reino nos espera...

Uma facada, uma mancha
De sangue espelhada na cara,
Que se desmancha
Numa agonia bárbara.

Uma doença reconfortante
E sinais de derradeira
Precipitam-se aqui adiante
Da minha alma carpideira,

Carpideira de frios
Que se proclamam em mim,
Como gelados rios
Que procuram ter fim.

Já é hora de tudo acabar
E nem sinto nenhum membro.
A cabeça dormente e a resvalar,
Ahh! Um túnel, minha infância relembro

Minha mãe está em pranto,
O meu brinquedo na sala perdido,
Estou na escola a estudar num canto
E ahhh! Estou em sangue esvaído.

As sensações tinham regressado
Apenas para a revelação
De que estou a ser abraçado
E o resto não é uma sensação...

É mesmo verdade!
Estou à vontade!
Não sinto a necessidade do tudo,
Esta simplicidade deixa-me mudo.
A morte não foi o fim,
Foi o começo de mim.
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