segunda-feira, agosto 08, 2005

Passageiro

Ainda há pouco desamarrou
O barco preso no cais,
Que a alegria afiançou
Para todos os locais.
Não sei se o viram partir
Mas eu ainda o estou a sentir.

Arranquei então a bordo
E de adquirir tal bilhete,
Simplesmente não recordo.
E não quero ir! Como deter-te?!
Sou teu passageiro agora
Oh barco da dor sem hora!

Ao passageiro da nau da dor
São atribuídos dois direitos,
Um eterno mar isolando-nos no ardor,
E a viagem a que somos sujeitos,
Em que não vamos ao mar,
Pois lá vivemos, vamos sim é voltar.

Assim que voltarmos, teremos
De seguir caminho novamente,
O mar da vida que vivemos
Deve ser enfrentado frequentemente,
Sabemos da loucura da viagem
Mas só com ondas os sentimentos reagem.

As ondas de tristeza
Que ceifavam mentes e corações,
Marés de aspereza
Que são saudáveis empurrões,
Para voltarmos a porto seguro,
Entregues à paz, de intelecto maduro.

Sou passageiro da dor
E a ela me entrego
Mas quando sinto à terra o sabor
Logo Logo enxergo
Que só dou valor ao porto que é a vida
Porque em alto mar pouco a senti conseguida.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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3:05 da tarde  

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