segunda-feira, junho 13, 2005

Frio

Saltei para o interior da escuridão,
Atacado por um calor de Verão
Que me libertava sentimentos
E exaltava meus lamentos.

Saltei, incauto, para o breu
Coberto de medo que não fosse eu
O dono de tudo aquilo que sinto
Mas da côr que minha mente pinto
Ao acaso...

Descobri que todo o calor lá fora
Não domina o frio cá no interior
Que não jorra para o exterior
Nem tão pouco aquece, como outrora,
Quando brincava...

E para aquelas noites mais frias
Guardei aquelas imagens
Dos alegres e longos dias
De acidentes e loucas ultrapassagens,
Que sentado no chão da sala
Imaginava meus carrinhos fazerem.
Tomara estes saberem
Que a infância é como bala,

Pois vive alojada
Na arma que a protege,
Porém quando disparada
Binóculo algum a rege.
O fluxo temporal é galopante
E a Vida é tão inconstante...
Por isso desejo infância
E talvez morra nessa ânsia.

Pinto a dor de carrinhos, comboios e bonecos de vilões e heróis, mas é a dor que me pinta a mente...
Counters
Hit Counter