Hospital
"- Olá jovem, sabes onde 'tás?"
Soltou-se uma voz feminina e doce,
Ligeira e acordou-me, eficaz.
"- Foi a ambulância que te trouxe"
O momento era de dúvidas ríspidas,
Não me recordava de ali ter chegado
Facto resultante de acções insípidas,
Mas lá estava eu, tombado, deitado.
As ocorrências da vida são humanas
E como tal, são passíveis de erros,
Saber que podemos contar com sanas
Mãos que salvam de vários enterros,
É já uma garantia de segurança.
Hoje, dizem, estive longe daqui
Como se tivesse a vida numa lança
Mas o corpo abandonado por aqui.
As palavras começam a resvalar
Para a ausência de qualquer exactidão,
Por isso e antes do mister falhar,
Desejo expressar a minha gratidão.
Obrigado a um médico nada Folgado,
Às enfermeiras de terna voz amigável
Às auxiliares pelo sorriso amado
E à cozinheira daquele peixe inestimável.
" Dizer que perdi algo naquela noite não posso, pois ganhei, aprendi, retirei lições, cresci, vi sofrimento, vi força, vi vontade, vivi e não me esqueço de que se há sofrimento e quem se preocupe em prolongá-lo, há quem o abomina e se preocupa em terminá-lo. Parabéns aos soldados de bata azul, branca, amarela ou às riscas verdes que lutam com um sorriso nos lábios e um medicamento na mão. "
Soltou-se uma voz feminina e doce,
Ligeira e acordou-me, eficaz.
"- Foi a ambulância que te trouxe"
O momento era de dúvidas ríspidas,
Não me recordava de ali ter chegado
Facto resultante de acções insípidas,
Mas lá estava eu, tombado, deitado.
As ocorrências da vida são humanas
E como tal, são passíveis de erros,
Saber que podemos contar com sanas
Mãos que salvam de vários enterros,
É já uma garantia de segurança.
Hoje, dizem, estive longe daqui
Como se tivesse a vida numa lança
Mas o corpo abandonado por aqui.
As palavras começam a resvalar
Para a ausência de qualquer exactidão,
Por isso e antes do mister falhar,
Desejo expressar a minha gratidão.
Obrigado a um médico nada Folgado,
Às enfermeiras de terna voz amigável
Às auxiliares pelo sorriso amado
E à cozinheira daquele peixe inestimável.
" Dizer que perdi algo naquela noite não posso, pois ganhei, aprendi, retirei lições, cresci, vi sofrimento, vi força, vi vontade, vivi e não me esqueço de que se há sofrimento e quem se preocupe em prolongá-lo, há quem o abomina e se preocupa em terminá-lo. Parabéns aos soldados de bata azul, branca, amarela ou às riscas verdes que lutam com um sorriso nos lábios e um medicamento na mão. "
posted by Saulo Chanoca at 9:36 da tarde
4 Comments:
há que retirar lições de tudo, não é?
parabéns miúdo, porta-te
Nem preciso de dizer nada.. acho que a vida ja te ensinou o que podia, e tu és inteligente para perceberes o que deves mudar de agora em diante :)
Bj*
ja não te deves lembrar de mim, mas sou a chata de enfermeira que teve contigo na manhã que tiveste alta...
espero que estejas melhor.
adorei a poesia, tens um dom muito sui generis
se quisere: http://www.enf-ticha.blogspot.com
Dia horrivel aquele,
noite quase em branco e a chorar.
Dia seguinte:
olhos do tamanho de bolas de futebol.
Eram pra aí 16.30 quando uma enfermeira disse:
Saulo já pode ir para casa.
Alegria enorme e os nossos corações quase que saltaram, choros e gritos de alegria houve muitos nesse moento mas apenas desejavamos ver-te.
Depois vimos-te alegre como sempre e o teu sorriso era tão grande.
Espero que a vida já te tenha dado uma lição. Bjx grandes da Odete.
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