terça-feira, setembro 20, 2005

O Primado Da Doença

Recuperei, ainda atordoado,
Da visão que me fora ofertada
Pensei tê-la sonhado,
Mas era mesmo concretizada.

Esfreguei bem os olhos mortos,
Cocei-os, com força bruta
Mas continuavam absortos
Naquela imagem abrupta.

Olhei, apontei, desesperei
E disse, quase sem voz:
- Que ínfame é esse rei,
Que manda matar pais e avós,
Filhos, netos e inocentes!?
E que súbditos tão doentes!

A morte a espalhar-se por milhares
Em segundos, e por tantos hectares....

Falaram-me de religião,
Da Santa Guerra da Fé,
Falaram-me de retaliação,
Falaram-me defesa, até,

Pois não falamos disso,
Não são sentimentos,
Os responsáveis por isso,
Nem sofrimentos.

O que no sangue mexe
Revolve, vasculha e elimina,
É a doença que cresce
Quando a violência se aproxima
E o ser deixa de o ser
Para só a Morte querer.

A Pobreza, a Solidão, a Injustiça e a Fome
São simptomas da doença que ao assassino consome...

Não será a maior bomba do Mundo
Que dará a uma criança nem pão
Nem um riso, mas um clima imundo
Propício à futura rebelião.

Não será o maior atentado da história
Que fará qualquer Deus orgulhar-se
Guarda-lo-á, eternamente, na memória
Para poder, um dia, envergonhar-se

As palavras não mudam a índole do fogo,
Os sentimentos não curam feridas de sangue,
A nossa existência palpável não é jogo.
EU SEI QUE ERRÁMOS, TODOS, MAS DEUS, ALLAH, BUDA, KRIISHNA, NÃO SE ZANGUE!

" O primado da doença vive, mais do que nunca, no seio de todos nós, o único médico capaz de sarar a doença que nos mata a todos, chama-se HOMEM e nós nem o conhecemos. Que alguém nos proteja "

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