sábado, junho 18, 2005

Foi-se

Foi-se,
O tempo que é curto
Insuficiente.
Foi-se,
Pegou nos minutos, horas e dias
E abalou,
Intacto.

Empurrou-me
Contra o presente, caí
Abandonado.
Roubou-me
Momentos, tempos, alturas e ...
Nada
Nem uma rebelião
Nem um choro, uma lágrima,
Nada, simplesmente nada...

Cheguei ao topo da vigência
Atirado para uma vala comum
Morto como qualquer um
Que compartilhava da mesma ciência.

Mas as vidas morrem
Desaparecem,
Acabam,
Porém nas suas atitudes
Evasivas esquecem-se dos momentos...

Se alguma vez vos esquecer, esquecerei os momentos?
Não creio, uma vez finda a respiração, os momentos vão-se desintegrando nas chamas subversivas de cada segundo em que não vos vejo, vão-se precipitando para um horizonte cada vez mais longínquo do qual, a espaços, cinzas disformes e desfocadas desses mesmos momentos empoleiram-se em meus olhos, fazendo-os lacrimejar.
São lágrimas secas que não consigo chorá-las, enxugá-las-ei no dia em que chamas me
consumirem...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

That's a great story. Waiting for more. » » »

9:50 da manhã  

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