terça-feira, abril 19, 2005

Tempestade

Inverno trucidante,
Nasce desmedido, morto,
Loucura claudicante,
Exaurida, sem conforto.
Granizo cai em minh'alma,
Enferma, doce e calma

Escurece de tarde
Anoitece com gelo
Que no interior arde,
Consumindo meu anelo,
De aspirar alegria,
Negando-a com folia.

Mas quanto frio seco
Este Inverno nos tem dado!
Chuva trancada num beco,
Refundida do passado
Mas que resvala em mim,
Numa intempérie sem fim.

Avanço, incauto, onde?
Que ventania é esta?
Que respira e se esconde,
Neste ser que não presta
Nem o sal, nem a pimenta
À vida, nem a alimenta.

Inverno interminável,
Este que vive aqui.
Soltar o imaginável,
E o real que pedi,
Quero-o aqui, comigo.
Não ouçam o que digo.

Abro as hostilidades,
Deste trôpego blogue,
Sem que a ninguém rogue,
Que declare amizades.
Obrigado se ficarem,
Caguei se bazarem.
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